Boa hora para lembrar dos riscos da maconha
Usar maconha antes dos 15 anos pode diminuir a memória dos jovens em até 30%, segundo nova pesquisa realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). A maconha alteraria a capacidade do cérebro de recuperar dados e informações, e esse processo teria um impacto negativo na capacidade do jovem de lembrar o que acontece em sua vida.
Várias pesquisas anteriores já mostravam que o uso de qualquer substância que age sobre o sistema nervoso central antes dos 15 anos (fase em que o cérebro ainda está amadurecendo) pode ter um efeito mais danoso do que quando esse contato acontece mais tarde.
Exemplos? Estudos mostram que 90% dos fumantes adultos experimentaram seu primeiro cigarro antes dos 15. Mais um? O número de jovens que abusam ou são dependentes de álcool é maior quando eles começam a beber mais cedo. Com a maconha, esse comportamento é semelhante.
A pesquisa atual mostra que, quanto mais se usa maconha, maior o impacto sobre a memória. E os problemas podem permanecer mesmo em quem já está sem fumar há um mês.
Há alguns anos, gravando um programa para TV sobre maconha, fui a um encontro na mesma Unifesp de um grupo de pessoas que se consideravam dependentes de maconha. A sensação de "falta" da droga e a dificuldade de memória persistiam mesmo em quem estava há muito tempo sem usar.
As alterações de comportamento nos mais novos não se restringiram à memória. Houve também um pior desempenho na capacidade de controlar os impulsos (podem ficar mais explosivos, mais agressivos). Outros trabalhos já mostravam também um risco maior para psicoses e um pior desempenho escolar em usuários mais jovens de maconha.
Em um momento em que se discute uma maior flexibilização na lei em relação ao consumo de maconha, seria importante não esquecer do maior impacto e do maior risco que substâncias lícitas e ilícitas têm no comportamento e na saúde dos mais novos!
Fonte: artigo de Jairo Bouer, publicado na FolhaTeen, de 04/07/2011.
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