Nos usuários crônicos e regulares de canábis foi descrita uma síndrome clínica, conhecida como “síndrome amotivacional”. Aliás, quanto menor a idade de início do consumo maior será as repercussões desta síndrome. Inicialmente, acreditava-se que esta síndrome era uma conseqüência irreversível dos efeitos da canábis no SNC, o que não é confirmado pelos estudos atuais. É considerada uma “síndrome de transtorno do comportamento pelo uso crônico”, cuja etiologia é multi-fatorial, ou então, um processo final de vários problemas cognitivos e depressivos causados pelo uso crônico de canábis. A maioria dos estudos clínicos, que propuseram esta categoria diagnosticada foram realizados na Jamaica, Índia e Egito, nos quais as preparações com altas concentrações de canabinóides são consumidas cronicamente.
Clinicamente, os usuários com síndrome amotivacional apresentam o seguinte quadro psicopatológico:
a) Alterações comportamentais (isolamento social; retardo psicomotor; auto-negligência e passividade);
b) Alterações cognitivas (déficits de atenção; diminuição da capacidade para concentrar-se; prejuízo da memória; prejuízo acadêmico com abandono dos estudos e repetidas ausências às aulas; diminuição da capacidade para resolver problemas; prejuízo da capacidade de julgamento e dificuldade para tomar decisões);
c) Alterações volitivas (diminuição do interesse pela aparência pessoal; apatia; inércia; falta de objetivos na vida; diminuição da vontade; redução da produtividade; falta de motivação; diminuição dos impulsos; fatigabilidade; perda do interesse pelas atividades sociais, acadêmicas e ocupacionais ou qualquer atividade direcionada à um objetivo).
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