NA ÚLTIMA semana, publicamos texto sobre uma espécie de supermedicação das emoções dos jovens. Na mesma semana, a Folha trouxe uma reportagem sobre o uso de alguns desses remédios para fins recreativos nas baladas da cidade.
Boa parte dessas drogas é sintética, ou seja, feita em laboratório para produzir efeitos no sistema nervoso como desinibição, alegria, energia e maior sensibilidade aos estímulos visuais e auditivos, entre outros.
Além dessas drogas sintéticas, como o ecstasy (aliás, desenvolvido originalmente para ser um antidepressivo), outros remédios que só poderiam ser vendidos com receita médica e usados por quem precisa estão sendo tomados de maneira indiscriminada por algumas pessoas.
Ritalina (indicado para quem tem deficit de atenção) é um deles. Como é um derivado de anfetamina (estimulante do sistema nervoso), ela pode trazer algumas alterações no comportamento. E combinações com álcool ou maconha são comuns. E aí os efeitos podem ser potencializados.
Coquetéis com misturas de drogas também não são novidade nas baladas. Muitos jovens têm experimentado, por exemplo, misturar ecstasy, álcool ou maconha, e Viagra (ou outro facilitador de ereção). A hipótese é que o álcool desinibe, o ecstasy torna a pessoa mais propensa a querer se encontrar com outra, e o Viagra garante o desempenho final.
Não precisa nem falar que toda mistura potencializa riscos e deixa as pessoas à mercê de um turbilhão de sensações e emoções que podem ser ruins. Além disso, a ressaca do dia seguinte e os efeitos colaterais podem ser muito desagradáveis. Sem falar nos riscos!
Quem usa drogas está buscando sensações prazerosas e novas experiências. Mas o resultado pode ser bem complicado, e elas podem ficar com a falsa sensação de que só conseguem se divertir "turbinadas".
JAIRO BOUER - jbouer@uol.com.br
Fonte: Folhateen, 04/10/2010
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