9 de jul. de 2012

Lesões no fígado



O álcool provoca sérias lesões no fígado

O álcool é uma droga fe­roz que faz mais vítimas do que a maconha ou cocaína e livrar-se da dependência é muito difícil, requer tratamento adequado e muita, multa boa vontade do pa­ciente. É crónico, o dependente se náo for persistente pode ter uma recaída a qualquer momento.
Estudos mostram que um número cada vez maior de jo­vens estão ingerindo bebidas alcoólicas; adolescentes entre 14 e 17 anos afirmam que já ex­perimentaram o seu primeiro gole aos 13 anos e são "consu­midores assíduos".
Tudo começa com um gole. Às vezes, a pessoa nem gosta de bebida alcoólica, mas cede por estar na companhia de amigos. Este caminho pode se tornar pe­rigoso. Quando o nível de álcool no sangue atinge apenas 0,10%, os efeitos são visíveis e já se percebe a falta de coordenação motora e a diminuição geral dos reflexos.
A Organização Mundial de Saúde explica que, dependen­do dos precedentes familiares, a cerveja pode se transformar em
uma porta de entrada para o al­coolismo que, por sua vez, pode trazer problemas graves, entre eles, doenças hepáticas, consi deradas uma das consequências clínicas mais graves do uso crô nico de álcool.
O fígado é um dos primei ro órgãos a ser a afetado pelo álcool pois é ele quem metaboliza a subs­tância    quando esta entra no organismo. O  bom  fun­cionamento deste  órgão é essencial à vida; o fíga­do tem a fun­ção de "filtrar" as    substâncias tóxicas absorvidas pelo intestino ou pro­duzidas em outras áreas do orga nismo e excretá-las como subpro dutos inofensivos.
Quando o álcool é ingerido o pico de concentração sanguí nea é atingido após 30 a 45 mi nutos, sendo assim, a substân cia leva mais tempo para ser metabolizada que para ser absorvi­da. Portanto, se o consumo não for controlado, o fígado começa a sentir o acúmulo das toxinas no corpo.
E tem mais uma agravan­te, além de o fígado ser um dos maiores órgãos do corpo huma­no, ele possui a capacidade de  se  regenerar,  con-seqúentemente,   os sintomas relacio­nados à lesão hepática   pro­vocada    pelo álcool podem passar     des­percebidos até que esta seja realmente extensa.
Para o sexo masculino, esta con­dição pode ser alcançada pelo uso de cerca de dois litros de cerveja, um litro de vinho ou 240 ml de bebidas destiladas ingeri­das diariamente, por pelo menos 20 anos. Já entre as mulheres, a quantidade necessária para pro­duzir prejuízos semelhantes é de apenas ¼ a ½ deste montante.
As principais doenças he­páticas causadas pelo exagero no consumo de bebidas alcoólicas são a hepatite e a cirrose. Esta última, resultado de diversas do­enças crónicas do fígado, é prati­camente assintomática e só será notada quando em estágio avan­çado. Como sintomas, a hepatite geralmente apresenta febre, fíga­do doloroso e varizes hepáticas.
A mistura do consumo ex­cessivo de álcool com o cigarro também deve ser considerada e evitada. Alcoolistas que fumam mais do que um maço de cigar­ro por dia apresentam três vezes mais chance de ter cirrose do que os indivíduos não tabagistas.
Assim, em linha gerais, o único tratamento para as do­enças hepáticas, causadas pelo álcool, é a abstinência da subs­tância.
Os pais devem ficar aten­tos ao comportamento de seus fi­lhos adolescentes. O velho jargão "tudo começa em casa" também vale aqui porque aquela inofen­siva cervejinha do final de sema­na pode se tornar um problemão para a vida inteira.
Fonte: matéria públicada no jornal Terceira Visão de 06/07/2012.

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